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Cachaça X Rum


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12 respostas neste tópico

#1 GuilhermeBuonfiglio

GuilhermeBuonfiglio
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Postou 31 agosto 2009 - 12:24

Este texto é de "W. Schrader", e foi retirado do site
http://www.armazemvi.../diferencas.php

HISTÓRIA DA CACHAÇA
DIFERENÇAS ENTRE O RUM DO CARIBE E A CACHAÇA DO BRASIL

A cana-de-açúcar, também conhecida como cana-da-índia, é originária da Índia/China. Na Índia, o açúcar, ao ser cristalizado e separado da garapa, era usado como remédio (vitalizador) ou adoçante.
Através da rota da seda, que se inicia na China, o açúcar chegou ao Oriente e Europa terminando no porto de Veneza.
Os Árabes, mercadores desta rota, no começo da Era de Cristo, já plantavam a cana-de-açúcar, destilavam o álcool, fazendo remédios, perfumes e licores.
Quando ocuparam o sul da Península Ibérica (Portugal e Espanha), os Árabes também cultivaram a cana-de-açúcar, nessa região.
Os Portugueses, ao tomarem posse das Ilhas de São Tomé e Príncipe, Açores e Madeira, iniciaram ali a plantação de cana-de-açúcar. Os espanhóis utilizaram as Ilhas Canárias.
Na Ilha da Madeira a plantação teve melhor rendimento, evoluindo como principal fornecedor de açúcar para a Europa e a sua distribuição era realizada pelos Flamengos, Holandeses e Alemães. Com a descoberta do Brasil, a produção de açúcar foi transferida para a Bahia e Pernambuco, norte do Brasil.
Em pouco tempo, o Brasil passou a liderar o mercado de açúcar na Europa. Já a produção espanhola, nas Canárias, Caribe e Antilhas não se desenvolveu.
Com a união das coroas portuguesa e espanhola, o açúcar português perdeu seu distribuidor holandês. Os Holandeses invadem o Brasil (Pernambuco), com o objetivo de retomar a distribuição do açúcar para a Europa.
Com a separação das coroas, os Portugueses/Brasileiros, expulsaram os Holandeses de Pernambuco. Os Holandeses então migraram para o Caribe, desenvolvendo lá uma nova indústria de açúcar, concorrendo com a brasileira que entra em declínio.
A cachaça de cana-de-açúcar (Rum), sempre esteve ligada à trajetória histórica do açúcar pelo mundo. A cachaça brasileira e o rum do Caribe têm a mesma origem, ambos provém da destilação de cana-de-açúcar, porém receberam denominação diferente por rivalidades comerciais entre os reinos de Portugal e Espanha. No inicio, a cachaça foi denominada de aguardente, água que ardia ao beber, razão pela qual os ingleses a denominaram de "kill-devil" (palavra inglesa) ou "rumbullion" (palavra Francesa). A referência mais antiga que se conhece de rum data de Maio de 1657, na Corte de Massachusetts, proibindo a venda de licores fortes conhecidos como rumme, água forte, vinho, brandy, etc. A palavra rum era utilizada já em 1667.
A produção brasileira de cachaça de cana desenvolveu-se atingindo volumes tão altos que desestabilizou o mercado português de aguardente vínica, levando Portugal a emitir um decreto proibindo a sua produção na colônia, Decreto Régio de 13/05/1649. Porém, após o terremoto em Lisboa de 1755, liberou-se novamente a produção da cachaça brasileira, com vistas a aplicar os impostos recolhidos na recuperação da capital de Portugal (1756).
O Brasil é hoje o maior produtor de açúcar e de cachaça (Rum) e único país que usa o álcool da cana-de-açúcar como combustível automobilístico. O destilado que mais vende no mundo é a cachaça Pirassununga 51, ultrapassando o internacional Rum Bacardi.

Qual é então a diferença entre o rum caribenho e a cachaça (aguardente) brasileira? As principais diferenças são:

1ª. Diferentes famílias de fermento e bactéria (microorganismos vivos), inerentes a cada região produtora;
2ª. Processo de fabricação culturalmente distinto;
3ª. As aguardentes produzidas fora do Brasil são envelhecidas em barril de carvalho de 200 litros, de origem americana (indústria do Bourbon) ou européia.
4ª. As cachaças produzidas no Brasil usam barril maior (até 10.000 litros), feitos com madeira brasileira da Mata Atlântica e da Floresta Amazônia. Isso confere a cachaça brasileira um gosto e sabor inédito no mercado internacional de bebidas. Estes fatos, aromas e gostos só agora estão se revelando ao mercado internacional.

A cachaça de cana-de-açúcar brasileira é sem dúvida uma nova bebida com características culturais e regionais próprias e únicas. Seu envelhecimento, não em carvalho americano ou europeu é fato inédito e totalmente desconhecido do mercado internacional.
Estamos diante de um novo destilado com o qual se faz um coquetel de grande aceitação - a caipirinha -, sucesso atual na Alemanha, França, Itália, difundindo-se na Europa e América do Norte, Canadá, sem esquecer a velha China.
O Rum é destilado em coluna a partir do melaço (2ª molassa da qual foi retirado o açúcar cristalizado), fermentado com fermento e bactérias próprias até um grau alcoólico de 65% (bastante retificado) e em seguida, reduzido com água até 40% de álcool. O produto final é uma cachaça leve, com poucos congêneres, aroma e gosto. Quando descansados ou envelhecidos em tonéis de 200 litros de carvalho usado, do Bourbon americano, ressalta o gosto desta madeira.

A Cachaça brasileira é destilada em coluna a partir do suco da cana, fermentada com fermento e bactérias próprias até um grau alcoólico de 48% (não retificado) e reduzido com água, até 39% de álcool. O produto final é uma cachaça meio leve, com congêneres que lhe dão aroma e gosto.

As cachaças artesanais brasileiras usam processos de fermentação e destilação compromissados com seus 400 anos de história. Os fermentos e bactérias são regionais, podendo ser selecionados. A destilação é feita sempre em alambique de cobre e a operação é monitorada zelosamente durante todo o processo por um mestre de fermentação / destilador, que conferem à bebida, características únicas. A cachaça brasileira é envelhecida em madeira da Mata Atlântica (Ariribá, Araruva, Amendoim e Tarumã) ou da Floresta Amazônica (Grápia, Umburama, Bálsamo, Jequitibá Rosa e Castanheira).Os aromas e gostos da cachaça artesanal são apurados e pungentes, resultando num produto agradável de se beber e com um "day after" tranqüilo.

Segundo o livro "The alcohol Text Book, 3rd edition - published 1999 - Nottingham University", existem muitas maneiras de se fazer um Rum, ou uma cachaça (aguardente), de cana-de-açúcar:

Fermentando:
- A partir do suco de cana-de-açúcar;
- Garapa ou Fresh Molasses / Sugar cane Syrup;
- Melaço ou 2ª molassa / after taking out the cristalized sugar;
- Melaço ou 3ª melassa / after taking out more cristalized sugar;
- Melaço ou 4ª molassa / After taking all the cristalized sugar.

Destilando: - Cabeça, coração, cauda;
- Em alambiques de cobre - Pot Still
- Em colunas de aço inoxidável - Patent still.
Segundo o mesmo livro, a melhor aguardente de cana é obtida a partir da fermentação da garapa - Fresh Molasses - "1st molasses" - fermentada, com fermentos selecionados e destilada em alambique de cobre com "bubble cap tray section" aquecidos a vapor, operado por um mestre alambiqueiro. Segundo "The alcohol Text Book, 3rd edition - published 1999 - K. Jacques, PhD, T.P. Lyons, PhD, D.R. Kelssal - Nottingham University". pg 244 - Arroyo / Porto Rico -1941-1942 e pg 249 - Pot Still with bubble cap tray section.

No caso específico da cachaça Armazem Vieira temos:
1. Fermento selecionado;
2. Garapa (fresh molasses)
3. Garapa produzido da cana-de-açúcar madura;
4. Fermentação controlada em acidez, temperatura e rendimento. O processo é abortado quando há invasões selvagens de fermentos e/ou bactérias concorrentes.
5. Destilada em alambique de cobre com coluna de três pratos e uma fase de retrogradação (Bubble cap tray section). Destilado, cortado a 60% de álcool.
6. Envelhecida em barris de 10.000 litros de madeira ariribá - (Mata Atlântica) e grápia - (Floresta Amazônica), lentamente, aumentando, com o tempo, seu aroma e gosto, sem que a madeira se imponha no resultado final. A Cachaça artesanal Armazém Vieira não tem aroma ou gosto amadeirado.

Esta é a cultura da cachaça no Estado de Santa Catarina, conhecido como excelente produtor de cachaça desde 1760, quando para cá imigraram açorianos e madeirenses, mestres no fabrico de açúcar e aguardente. Nada diferente daquilo que em 1941/42 - o Senhor R. Arroyo, em Porto Rico, identificou em seus estudos na Universidade de Porto Rico - Agriculture Experiment Station, Rio Piedras, na produção de aguardente, a partir da cana-de-açúcar / cana-da-índia, conforme livro "The alcohol Text Book, 3rd edition - published 1999, referenciado acima.

por W. Schrader
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#2 Fábio

Fábio
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Postou 01 setembro 2009 - 12:46

CCB

Clube Cachaça Brasil.
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#3 Célio

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Postou 01 setembro 2009 - 13:02

Pra quem aprecia (com moderação . . .) lá vai o ranking completo, na avaliação dos degustadores da Playboy:

1º. Anísio Santiago/Havana (Salinas, MG), preço:R$ 155,00

2º. Vale Verde (Betim, MG), preço:R$ 30,00

3º.Claudionor (Januária, MG), preço:R$ 9,80

4º. Germana (Nova União, MG), preço:R$ 28,60

5º. Magnífica (Vassouras, RJ), preço:R$ 31,90

6º. Canarinha (Salinas, MG), preço:R$ 44,00

7º. Maria Izabel (Paraty, RJ), preço:R$ (Não encontrei preço)

8º. Tulha (Mococa, SP),preço:R$ (Não encontrei preço)

9º. Casa Bucco (Bento Gonçalves, RS), preço:R$ (Não encontrei preço)

10º. Volúpia (Alagoa Grande, PB), preço:R$ (Não encontrei preço)

11º. Nega Fulo(Nova Friburgo, RJ), preço:R$ (Não encontrei preço)

12º. Armazém Vieira Ônix (Florianópolis, SC),preço:R$ (Não encontrei preço)

13º. Armazém Vieira Tradicional (Florianópolis, SC) -preço:R$ 28,00

14º Tabaroa(Bichinho, MG), preço:R$ (Não encontrei preço)

15º. Santo Grau (Coronel Xavier, MG),preço:R$ (Não encontrei preço)

16º.Sapucaia Velha (Pindamonhangaba, SP), preço:R$ (Não encontrei preço)

17º. Weber Haus Reserva Especial (Ivoti, RS), preço:R$ (Não encontrei preço)

18º. Dona Beja(Araxá, MG), preço:R$ 26,40

19º. Serra Preta (Alagoa Nova, PB), preço:R$ (Não encontrei preço)

20º.Rochinha 12 anos (Barra Mansa, RJ). preço:R$ (Não encontrei preço)

Este post foi editado por Célio: 01 setembro 2009 - 13:03

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#4 Giba

Giba
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Postou 01 setembro 2009 - 13:08

Semana passada ganhei uma garrafa de Germana de um cliente de MG. Até que está bem classificada.
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#5 GuilhermeBuonfiglio

GuilhermeBuonfiglio
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Postou 01 setembro 2009 - 14:06

Todas as cachaças da "classificação" são boas, mas me pergunto quão comercial é esta classificação.
A Vale Verde é excelente, mas tem muitas cachaças melhores na minha opinião, e só não a colocaram na frente da Anísio Santiago porque daria muito na cara. <_<

Destas 20, tenho 6 e já experimentei outras 3. Tem dia que acho a Dona Beja imbatível. No outro final-de-semana, minha preferida é a Guaraciaba (nem aparece no ranking, é fabulosa). No outro final-de-semana, prefiro a Fabulosa (que não é a Guaraciaba). Minutos mais tarde, experimento uma Caminho Velho e me surpreendo. :D
Tem dia que acho a Maria da Cruz excelente, e dias que ela não desce tão bem. Mesmo assim, é uma das minhas preferidas.
Entre Montana, Pinissilina, Weber Haus, Diretoria, Palmelinha, Catedral, Bento Velho, Porto Estrela, Guapiara, Chico Mineiro, Cristalina, 4 Luas, Dom Braga, Santa Martha, Tradição, Lua Nova, Sabor de Minas, Seleta, Atitude, Dona Beja, Vale Verde, Guaraciaba, Caminho Velho, Nêga Fulô, Seleta e outras tantas mais que tenho e não lembro o nome, é impossível determinar qual é a melhor.

Enfim, temos milhares de cachaçarias, e boa parte delas é de excelente qualidade. O que eu gosto em uma cachaça em um dia, posso mudar em outro, e com certeza será diferente da opinião de outra pessoa.

A única verdade absoluta é que é fácil perceber uma cachaça vagabunda.

Depois deste post de bêbado sem nexo, convoco os cachaceiros à organizar uma degustação de cachaça em paralelo à degustação de cerveja no Mini OF09. Que tal? :)
  • 0

#6 Mortari

Mortari
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Postou 01 setembro 2009 - 14:27

huauhauha em paralelo vai trincar o cabeçote! :sm50:
Tem que ser uma ou outra.

Eu não posso muito com pinga/cachaça, tomei muito porre disso quando era moleque e agora não aguento nem o cheiro, mas também não conheço as boas. Se a diferença entre as pingas vagabundas (51, Velho Barreiro, Ypióca etc.) e as boas for tão brutal quanto a diferença entre skol/brahma/antártica e as cervejas decentes que a gente toma nas degustações (e imagino que seja), acho que dá pra encarar a degustação dos pingaiados sem maiores problemas hehehe.

Mas como seria uma degustação de cachaça? Todos racham uma meia dúzia de garrafas de marcas diferentes e vão fazendo rodadas de cada marca? Ou cada um compra umas 5 garrafas de marcas diferentes e só abre a próxima garrafa quando todos terminarem a primeira marca?? :P

Eu até topo, pra variar um pouco, acho que deve ficar até mais barato que degustação de cerveja.
O problema é que, se com cerveja o pessoal já fica "daquele jeito", com cachaça vai ser nocaute geral. :sm11:
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#7 MasterRey

MasterRey
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Postou 01 setembro 2009 - 15:20

to fora da degustaçao de destilado exeto wiske, q é caro d+ pra degustar :D
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#8 MURILLOALANIS

MURILLOALANIS
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Postou 01 setembro 2009 - 16:05

to vendeo que vou acabar dando trabalho nesse opel fest!
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#9 Célio

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Postou 01 setembro 2009 - 16:25

Guilherme, vamos escolher uma representante de cada grande região produtora de cachaça . . . tipo assim, uma do nordeste, uma do norte de minas (Salinas e adjacências), Sul de Minas, interior de SP, e Sul do pais . . . e ai fazemos nossa degustação regional . . . Ah! sei que é difícil escolher, pois há várias subcategorias, em termos de madeira, envelhecimento, etc . . . mas a gente elege as nossas candidatas . . . Vamos?

[]s

Célio
  • 0

#10 MURILLOALANIS

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Postou 01 setembro 2009 - 16:54

cachaça de piuracicaba aeueueauhea
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#11 GuilhermeBuonfiglio

GuilhermeBuonfiglio
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Postou 01 setembro 2009 - 16:56

Célio, sua sugestão é muito boa! :)

Podemos tentar variar a região e a madeira, e também quem quiser poderia trazer uma cachaça da sua região. E poderíamos ainda achar uma cachaça da região do Hotel.
Eu vou pra BH dia 14/09, posso trazer algumas de lá só pro MiniOF.

Mortari, a diferença de uma cachaça vagabunda e uma boa é equivalente à diferença das cervejas que você citou.
Master, a gente separa uma cachaça bem envelhecida em barris de whisky pra você. ;)
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#12 Giba

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Postou 01 setembro 2009 - 17:02

cachaça de piuracicaba aeueueauhea

Murillo, a degustação é de cachaça e não de pamonha. Hehehe
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#13 Célio

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Postou 01 setembro 2009 - 19:11

Esta é uma de minhas prediletas . . .

Botiqueira.jpg

Cachaça produzida na Fazenda Morro da Cruz em São Tiago - MG seguindo todos os padrões necessários para a produção de uma boa cachaça mineira.
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