Cada vez mais os Supermercados e Bancos colocam um número desproporcional de vagas para os deficientes físicos e para os idosos. Um exemplo recente foi no supermercado Wall-Mart (Avenida Jabaquara). Fiz uma contagem rápida das as vagas existentes e o número de vagas reservadas e obtive a fantástica e enviezada média de 35%.
Ora senhores, uma sociedade que possui 35% de deficientes físicos não é uma sociedade mas sim um hospital à céu aberto! A não ser que sejam considerados também deficientes físicos aqueles que possuam uma unha encravada ou aquela classe de alienígenas que confundem o verde com o vermelho, erroneamente classificados como espécie humana (daltônicos). Demais disso, pesam os eufemismos criados para evitar os termos tradicionais, como a substituição de idosos (que por si só é um eufemismo para o termo velho) por "pessoas na melhor idade" e os deficientes físicos (termo pra lá de polido) por "pessoas com necessidades especiais". Nesse sentido, logo haverão vagas reservadas para alcóolatras, para pedófilos e para psicopatas pois estas classes não deixam de ter necessidades especiais.
Para se adequar a uma legislação que também possui deficiência congênita, os Bancos, Supermercados e demais estabelecimentos públicos estipulam uma política odiosa de preconceito contra as pessoas normais. Além da lei ser uma anomalia, ainda é aplicada incorretamente. Os caixas do Wall-Mart reservados aos idosos (sempre os idosos) simplesmente não atendem os não-velhos mesmo que não haja nenhum deles na fila. Os jovens e pessoas de meia-idade tem que se aglomerar em filas gigantescas enquanto as atendendentes dos caixas reservados fazem as unhas, esperando pacientemente um idoso chegar para fazer suas compras.
Outra coisa que tem me irritado profundamente são as filas em bancos. Enquanto nos amontoamos naquelas filas em caracol sendo atendidos por 1 caixa, o outro caixa fica atendendendo um idoso a cada meia hora, que chega com aquele caminhão de carnês do Baú, INPS e outras desgraças. Outra deformação: que sociedade é essa que tem 50% de idosos? Somos um país ou um asilo? Isso para não falar dos cincoentões extremamente em forma que jogam talco no cabelo para furar as filas ou das falsas mães que passam na loja de brinquedos antes de ir ao banco, compram uma boneca ou uma bola de plástico para imitar um bebê e ser atendidas como portadora de criança de colo ou gestante.
Além do mais, não podemos mais estacionar nossos veículos poluidores nas vagas defronte aos bancos, pois estes mini-estacionamentos foram dilapidados em prol da construção de rampas complexas para deficientes físicos, que ocupam quase 40% da fachada destes locais.
A conclusão disso tudo é que nós, pessoas com menos de 60 anos, deveríamos nos organizar e criar movimentos de resistência contra o fascismo imposto por essa Legislação aberrante e odiosa. Devemos promover atentados em maternidades e asilos para demonstrar que nossa forma de conduta pode ser violenta caso não haja revisão destes previlégios injustos. Também devemos sequestrar alguns elementos representativos da classe dos privilegiados, como algum atleta ganhador de medalha de ouro nas Paraolimpíadas ou algum idoso com visibilidade na mídia para iniciar a desestabilização do sistema que permitirá a revolução dos jovens.
Este post foi editado por Doutor Eduardo Thimberg: 04 setembro 2007 - 12:19